Artesania dos Afetos

O curso buscará contribuir para a expansão do imaginário relacionado às formas de amor e de amar, tendo como fundamento e ponto de partida as perspectivas indígenas / contracoloniais. Através da interlocução com autores como Mestre Bispo, Nietzsche e Freud, o debate sobre não monogamia terá como fio uma crítica ao tempo linear. Considerando a influência da colonização nos nossos modos de sentir-pensar-agir, discutiremos sobre o sistema de monoculturas (da fé, dos afetos, da sexualidade) e refletiremos sobre formas de reflorestamento do imaginário. 

Dia 01: O tempo e a eternidade: de que maneira os valores da eternidade e da fixidez inspiram o amor romântico? Neste primeiro dia, teremos um breve percurso histórico acerca da imposição da monogamia cristã em nosso território: a partir da análise de cartas jesuíticas, refletiremos sobre o modo como a monogamia foi e continua sendo imposta como único caminho possível para construção de relações. Discutiremos ainda sobre as resistências indígenas a essa imposição e sobre as pistas que podem nos dar em relação a outras temporalidades.

Dia 02: Uma perspectiva não monogâmica sobre o ciúme: reconhecendo que as vivências não monogâmicas não são promessas nem garantias de uma ausência total de ciúmes, refletiremos de que outras maneiras podemos lidar com esse sentimento, que possibilidades podemos construir rumo a uma redução de danos, que se orientem para além da culpabilização e moralização.

Dia 03: Artesania dos afetos e reflorestamento do imaginário: apostando na potência da arte como modo de vida, transformação e movimento, as pessoas participantes serão convidadas a compartilhar poesias, músicas, desenhos, colagens, ou outras expressões artísticas que tenham alguma relação com os temas discutidos (as partilhas podem ser de própria autoria ou de outros/as artistas).