A morte de si: psicanálise e suicídio

CURSO MINISTRADO POR: Marcelo Veras

VAGAS: Fora

CARGA HORÁRIA: 08h

DIAS DO CURSO: 28, 30/08, 04 e 06/09/2023 - 19h30 às 21h30

 

O curso se propõe a examinar a sensível questão do suicídio a partir da teoria e da clínica psicanalítica. Não se trata, contudo, de um curso fechado para especialistas, o objetivo é ampliar o debate e apontar para as possibilidade de prevenção e redução das taxas de suicídio que tiveram uma preocupante elevação nos últimos anos, sobretudo entre os jovens.

R$ 280,00

Sem estoque no momento!
Avisa-me quando voltar ao estoque.

Avisa-me

Ementa do Curso

O curso se propõe a examinar a sensível questão do suicídio a partir da teoria e da clínica psicanalítica. Não se trata, contudo, de um curso fechado para especialistas, o objetivo é ampliar o debate e apontar para as possibilidade de prevenção e redução das taxas de suicídio que tiveram uma preocupante elevação nos últimos anos, sobretudo entre os jovens.

Para Freud, a morte não tem representação no inconsciente. Nesse ponto a psicanálise se separa das religiões, pois toda religião oferece um saber sobre a morte. Já a psicanálise parte do princípio de que não há nenhum saber sobre a morte, tudo que podemos fazer é buscar compreender as tramas do morrer. Pensar a questão do suicídio pela psicanálise exige consequentemente um giro de perspectiva. O suicida se mata ou mata a imagem de si? No trabalho, nas universidades, na comédia amorosa, nos dramas familiares, no tribunal permanente da opinião pública, é sempre nossa imagem, ou ego, que marca presença. É ela que sai de cena.

Nos reconhecemos nessa imagem, nos alienamos a essa imagem e passamos a denominá-la “eu”. Quem nunca pensou na própria morte, ou no efeito que causaria no outro se faltasse a ele? Quando desejamos nossa morte, continuamos a pensar nossa ausência como uma presença para além da morte. Isso ocorre por sermos seres de linguagem, nossa existência vai além do corpo biológico – que nos precede e sem o qual não haveria vida. Contudo, como a dor de existir se aloja nas palavras, vivemos a eterna tensão entre um corpo biológico perecível (já que este corpo morre), e nosso ser de fala que, entre outras façanhas, nos separa do reino animal e tem a capacidade de conjugar verbos no futuro. Por termos um corpo, podemos nos desfazer dele, mas como seres que falam do futuro somos todos imortais. É na vertigem entre ser e ter um corpo que vamos tecer a delicada clínica do suicídio. Escritas ou não, todo suicida tem sua carta. A psicanálise é um esforço de leitura destas cartas.

Aula 1: O mundo: como pensar o suicídio nos dias de hoje?

Na psicanálise temos espaço para discutir o mal-estar na civilização, e claro que que o aumento inquietante das taxas de suicídio, sobretudo entre os jovens, é um dos reflexos desse mal-estar. Nessa aula faremos uma introdução sobre a questão do suicídio através dos tempos até chegarmos aos dias de hoje. 

Aula 2: O corpo: quem matamos quando matamos a nós mesmos?

O suicídio é um modo de sair da cena. Nesta aula vamos mostrar a construção destas cenas e porque alguns não suportam permanecer nelas. Contudo, a psicanálise nos ensina que quem mata e quem morre no suicídio não são necessariamente a mesma pessoa. Muitas vezes se busca matar algo que é ao mesmo tempo o mais estranho e o mais íntimo do sujeito.

Aula 3: O tempo: cartas de a(morte)

A partir da análise de algumas situações clínicas vamos buscar identificar o que é um suicídio como ato singular e o que é um suicídio pensado coletivamente. Qual o impacto do suicídio de alguém famoso em seus fãs? O que é um suicídio altruísta? Vamos falar do tempo da elaboração de um suicídio e seus curtos-circuitos. Às vezes a construção de um suicídio atravessa anos na vida de um sujeito.

Aula 4: O diálogo: como construir as pontes que podem reconciliar o sujeito com a vida

É preciso muito cuidado ao pensar a questão do suicídio, pois trabalhar com este tema é um exercício de modéstia, sem espetacularização, sem pretensões de um resultado permanente. Jamais reduziremos as taxas de suicídio a zero, mas o psicanalista experiente está acostumado a ouvir de um paciente que tal sessão ou interpretação foram cruciais para reconecta-lo com a vontade de viver.

Bibliografia:

Vamos falar sobre suicídio?

Autor: Gilson Iannini (org.) – Editora Cult produções artística LTDA

História do suicídio – A sociedade ocidental diante da morte voluntária

Autor: George Minois – Editora UNESP

O suicídio no ocidente e no oriente

Autor: Marzio Barbagli – Editora Vozes

Por 13 razões (13 reasons why) – Série da Netflix

Aspectos técnicos
As aulas serão transmitidas pelo Google Meet. As instruções para o acesso serão enviadas por e-mail dois dias antes do início do curso. Se você se inscrever nos últimos momentos, receberá essas instruções no dia da primeira aula.

Nossas aulas são transmitidas ao vivo, mas são também gravadas e podem ser assistidas posteriormente. Os links dos vídeos ficam ativos por 30 dias corridos a partir do fim do curso. Oferecemos certificado apenas para quem tiver 75% de presença nas aulas ao vivo.

Para mais informações: [email protected]

Ministrado por

Marcelo Veras

Psicanalista, psiquiatra e professor da Especialização em Teoria Psicanalítica da UFBA, da Especialização em Psicanálise e Saúde Mental da PUC Paraná e da Especialização em Psicanálise de Orientação Lacaniana da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (1983), mestrado em Psicanálise – Universite de Paris VIII … Continue lendo “Marcelo Veras”

Aulas

AULA 1
Data: 28/08/2023
Horário: das 19h30 às 21h30

____________________________________

AULA 2
Data: 30/08/2023
Horário: das 19h30 às 21h30

____________________________________

AULA 3
Data: 04/09/2023
Horário: das 19h30 às 21h30

_____________________________________

AULA 4
Data: 06/09/2023
Horário: das 19h30 às 21h30