A PERSONALIDADE AUTORITÁRIA: ONTEM E HOJE

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Clássico das ciências humanas do século 20, A personalidade autoritária, pesquisa conduzida por Theodor Adorno e um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, foi fruto de um processo coletivo e prolongado de investigação que acompanhou a ascensão do nazifascismo.

Publicada primeiramente em 1950, a obra ganhou renovado interesse e novas traduções em todo o mundo, e tem sido uma referência incontornável para livros, ensaios e artigos que tentam pensar a ascensão da extrema direita no século 21 em países tão diferentes como Estados Unidos, Hungria, Polônia, Turquia, Filipinas, Índia e Brasil.

Tem sido observado que, em tempos difíceis, surge a tentação de romper os mais elementares aspectos da sociabilidade democrática: inviolabilidade do corpo, direito à condução da própria vida, proteção social aos mais vulneráveis, direito das minorias.

Nessas condições, pode vir a se estabelecer a relação autoritária. De fato, há um desejo autoritário, um sinistro pacto psíquico e social pelo autoritarismo.

O conjunto de ensaios aqui reunidos oferece ao leitor um panorama das origens e do significado dessa obra pioneira, bem como uma amostra de como tem sido o esforço de pensar hoje o cenário internacional de erosão da democracia e ascensão do que se poderia chamar de uma política do ódio.

Com organização de Douglas Garcia Alves Júnior, conta com textos de Antônio A. S. Zuin, Imaculada Kangussu, José A. Zamora, Maurício de Assis Reis, Rodrigo Duarte, Verlaine Freitas e Virgínia Helena Ferreira da Costa, além do próprio organizador.